Vale a pena fazer (outra) faculdade? Ou pós?
Vale a pena fazer (outra) faculdade? Ou pós?
Na maioria das vezes, o cerne da questão é mais profundo e dificilmente uma nova graduação ou pós irá resolver.
A reflexão desta quarta é sobre uma pergunta que recebo com frequência, geralmente de pessoas que estão com dificuldade de conseguir um emprego logo depois de se formar:
"Devo fazer uma outra faculdade?" ou "Será que é por que eu não tenho pós-graduação?"
Sempre que isso acontece, eu me lembro do conto de Rubem Alves "O país dos chapéus", que adapto aqui livremente para resumir:
Certa vez, um rei estava muito triste, pois o seu povo não gostava de ler nem de aprender.
Então, dois chapeleiros espertalhões maquinaram um plano para ganhar muito dinheiro.
Eles apresentaram ao rei um método infalível para tornar as pessoas mais inteligentes.
"Observe o que Napoleão, Santos Dumont, Churchill e muitos outros têm em comum: O CHAPÉU!"
Assim, o programa "Chapéus para todos" foi criado e a indústria chapeleira cresceu como nunca.
Sem demora, os pais passaram a usar todas as suas economias para garantir um chapéu para os filhos.
Mas eis que os chapéus não mudaram os hábitos de leitura do povo e o rei ficou bravo.
“É que um chapéu não basta. As pessoas precisam também de um pós-chapéu amarelo.”
Daí para frente, para conseguir um emprego, era necessário usar os dois chapéus.
Como também não adiantou, logo surgiu o chapéu que realmente importava: o vermelho!
O país ficou conhecido como o país dos chapéus. Ainda não se sabe os efeitos na leitura.
Mas uma coisa já é sabida: de todos, os mais inteligentes são os chapeleiros…
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O ensino superior tem a função de expandir a nossa mente e ampliar os nossos horizontes. Para ser eficaz, ele precisa despertar a nossa curiosidade e nos fazer querer buscar ainda mais. O diploma em si é apenas um pedaço de papel. Não quer dizer muita coisa.
Se você deseja apenas riscar mais um item da sua checklist, não perca seu tempo! Para colher os frutos, é preciso muito mais do que assistir aulas. Atividades extracurriculares, networking, se aprofundar, enfim: ir muito além do “capítulo que cai na prova”.
O diploma não determina o seu sucesso, e sim a sua postura, competências e aprendizados ao longo da jornada.
Logicamente, cada caso é um caso, mas, ouso dizer, na maioria das vezes o cerne da questão é mais profundo, e dificilmente uma nova graduação ou pós irá resolver.
É preciso entender bem qual é o problema para que você faça a nova faculdade/curso/pós (se é que essa é a melhor solução) já direcionado a preencher o gap que deseja suprir.
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