VTirinhas: Dizem por aí
Hoje eu gostaria de falar com vocês sobre a importância de fazer o seu próprio caminho, sem medo de desafiar o script, aquele roteiro que a sociedade pré-programou para todos nós.

Olá, pessoal!
Hoje eu gostaria de falar com vocês sobre a importância de fazer o seu próprio caminho, sem medo de desafiar o script, aquele roteiro que a sociedade pré-programou para todos nós.
Sempre que eu contava a alguém que ia largar o meu emprego em uma multinacional para passar um ano trabalhando no Canadá, a reação é de que eu “só podia estar louca”.
As pessoas perguntavam como é que eu podia passar tanto tempo fora sem nunca ter viajado para o exterior antes (nem pra Disney) e como é que eu tinha coragem de “sair de um emprego em uma empresa tão boa”.
Eu respondia que era o meu sonho, que esse era o momento de agarrar aquela oportunidade, que provavelmente eu nunca mais teria uma outra chance como aquela.
E então o interlocutor me olhava como se eu fosse uma sonhadora-ingênua-um-tanto-quanto-imprudente e traduzia esse sentimento no tom de seu comentário:
“Corajosa, você.”
Mas aí, quando eu voltei de viagem, aconteceu algo muito curioso. Aquelas mesmas pessoas que achavam que eu não deveria viajar não conseguiam entender porque eu havia voltado para o Brasil.
“Mas por que você voltou? Não tinha como passar mais tempo?”
“Ah! Tinha sim. Se eu quisesse, poderia até ter aplicado para me tornar cidadã residente.”
“Mas então por que você não fez isso? Lá é muito melhor que aqui. Tem mais segurança, infraestrutura… É país de primeiro mundo!”
(Engraçado como ninguém pensou nisso na hora de me criticar por querer ir ao Canadá em primeiro lugar)
Eu tentava explicar que eu havia voltado porque gostava muito do Brasil e queria desenvolver a minha carreira aqui, contribuindo para o desenvolvimento do país, e também ficar perto da minha família e dos meus amigos, mas eu só recebia olhares de reprovação que me diziam mais uma vez que eu não estava sendo sensata.
Desde então, situações como essa passaram a fazer parte de meu cotidiano. Foi assim quando eu larguei o meu emprego em São Paulo para voltar pra Recife, quando eu recusei excelentes oportunidades para ter mais tempo para me dedicar ao VT, quando eu quis “juntar os trapos” sem “casar na igreja” ou fazer festa de casamento… Enfim.
Eu sei que já cheguei a um ponto em que acho estranho quando os outros não estranham, se é que me entendem. É que eu começo a me perguntar se não estou me permitindo voltar para a zona de conforto, onde as coisas legais param de acontecer.
A questão é que as pessoas sempre terão algo a dizer sobre as suas decisões, e você deve sim buscar opiniões e conselhos, mas é importante saber que as escolhas são somente suas, pois é você que viverá com elas anos depois de tomá-las.
Até a próxima e um sábado insensato para todos.