O sotaque como aliado nos programas de trainee
As organizações precisam de diversidade e de colaboradores que entendam as particularidades de cada região.
Em 2005, o HSBC veiculou a Campanha “Gerentes”, que apresentava peculiaridades de diversas cidades brasileiras. Os comerciais ambientados em uma Convenção fictícia da empresa reuniam gestores de todas as partes do país.
A ação foi um sucesso, pois com ela o banco conseguiu mostrar que, além de global, também se adaptava perfeitamente às necessidades locais de seus clientes.
E o que isso tem a ver com os Programas de Trainee?
A importância de ser “glocal”
A maioria das empresas que oferecem programas de trainee possuem presença nacional ou, ao menos, planos de expansão para outros estados. E esse é um dos motivos que fazem com que os processos seletivos sejam também nacionais. As organizações precisam de diversidade e de colaboradores que entendam as particularidades de cada região.
E quem melhor do que um líder em potencial para obter essa formação regionalizada? Não é à toa que se exige dos trainees a disponibilidade para mudanças e viagens. A compreensão das demandas locais é um requisito essencial para os futuros líderes de uma organização.
É aí que o candidato a trainee deve utilizar o sotaque a seu favor. Logicamente, não basta ser de determinado lugar: é necessário saber demonstrar como as características de sua localidade influenciam o negócio da empresa.
O Nordeste, por exemplo, é uma região que desafia constantemente os estrategistas das organizações. Não raro, a marca líder absoluta só não consegue ser a preferência dos nordestinos, que costumam dar mais valor às opções locais.
Além disso, os hábitos de consumo também podem ser bem variados. Enquanto que no Sul e no Sudeste a maioria das pessoas consomem leite líquido, no Nordeste a opção mais comum é pelo leite em pó, assim como o café solúvel em vez do café coado.
Isso sem contar com produtos que simplesmente não existem em outros lugares. Na época em que morei em São Paulo, passei meses tentando encontrar um picolé de Cajá. Meus colegas de trabalho chegavam a duvidar: “Eu nunca vi sorvete dessa marca com esse sabor”.
Portanto, recomendo que incluam o item regionalismos nas suas pesquisas sobre as empresas em que pretendem ser trainee. Procurem entender melhor quem são os concorrentes locais, bem como os diferentes segmentos de atuação, pois esse conhecimento pode ser bastante útil nos estudos de caso das dinâmicas de grupo e paineis de negócio. Imaginem, por exemplo, o diferencial de adicionar concorrentes e costumes locais à análise de viabilidade de expansão de um case com essa proposta.
Quanto à Campanha do HSBC, para quem ficou curioso, seguem abaixo os vídeos dos comerciais retratados na imagem.
A Perna Cabeluda de Recife
A Chuva com Hora Marcada de Belém
O Bob de São Luís
A Tangerina Mimosa de Curitiba
Também criei uma lista de reprodução no Canal do VT no Youtube com mais alguns comerciais da campanha. Quem souber de outros ou ainda quiser compartilhar outros “causos” regionais, é só postar um comentário.
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