Ayrton Senna e um legado que nunca esqueceremos
Hoje, 20 anos depois de sua morte, o 1º de maio continua a ser um feriado cinza, meio triste, meio chuvoso, meio sem graça.
Era um domingo como tantos outros. Os adultos sentados em cadeiras de plástico, comendo amendoim e outros petiscos. As crianças, espalhadas por todo o sítio, brincando de esconde-esconde. E então o céu ficou cinza. A gente já começava a decidir a próxima brincadeira quando um primo trouxe a notícia: “Ayrton Senna morreu”.
“Que piada sem graça!”
“É sério! Está na TV!”
Saímos todos em disparada descendo a ladeira para ouvir Galvão Bueno confirmando o que ninguém queria acreditar: o nosso ídolo havia mesmo nos deixado. Uma chuva torrencial começou a cair.
Lembro que passei o resto do dia deitada no sofá enquanto a TV mostrava diversas matérias sobre o melhor piloto de todos os tempos. E assim passei muitos dias, meio cabisbaixa, sem vontade de fazer nada. Foi a primeira vez que alguém que eu “conhecia” morreu.
Foi também em 1994 que o Brasil ganhou a Copa do Mundo, depois de 24 anos sem títulos. E esse momento foi ainda mais especial para mim porque conquistamos o tetra no dia do meu aniversário: 17 de julho.
Hoje, 20 anos depois, o 1º de maio continua a ser um feriado cinza, meio triste, meio chuvoso, meio sem graça. Passado todo esse tempo, ainda não há ninguém que se compare ao Senna das pistas, nem temos um modelo que se compare ao Ayrton que inspirou toda uma geração a acreditar e lutar pelos seus sonhos:
Seja quem você for, seja qualquer posição que você tenha na vida, num nível altíssimo ou mais baixo, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá.
Daqui a menos de 2 meses, a seleção entrará em campo novamente, dessa vez em busca do hexa. Depois não faltará muito para que eu complete 30 anos.
Foi um longo caminho até aqui. Nessas duas décadas em que eu me tornava uma adulta, também o nosso país cresceu e se transformou em uma potência mundial. E pode até ser que você se lembre mais de nossas mazelas do que de nossas vitórias, mas foi exatamente “sentir orgulho de ser brasileiro” um dos maiores legados que o Ayrton nos deixou.
É claro que ainda temos muito chão pela frente, ainda há muito por fazer. E é por isso mesmo que precisamos manter viva a memória desse gênio do esporte e da perserverança, para que o seu exemplo continnue a gerar frutos por mais 2, 5, ou 10 décadas.
Valeu, Senna!