Trainee Renner, Estágio Monsanto Agro e Perfeccionismo » VTletter 010
Oi ,
tudo bem?
Eu havia preparado outros assuntos, mas, em uma semana como esta, não há como não falar do impacto do assassinato da vereadora Marielle Franco. Ainda estou em choque com o que aconteceu, então pego emprestadas as palavras de Carolina Nalon:
"Não há como falar em empatia sem falar de reconhecimento de privilégios. E a morte da Marielle é para mim um silenciamento da voz de alguém que representava os desprivilegiados."
Falando na Carol, eu vi que muita gente se interessou pelo conteúdo sobre Comunicação Não-Violenta, que comentei na VTletter passada. Para quem ainda não assistiu, a Carol prorrogou para domingo (18/03) o prazo para conferir os vídeos do mini-curso gratuito.
E a boa notícia para quem se interessa por assuntos relacionados à comunicação, empatia e afins é que eu me inscrevi no curso pago, de modo que nos próximos meses irei publicar conteúdos bem bacanas sobre esses temas.
Para fechar, antes de irmos para as vagas da semana, queria deixar a indicação de uma palestra do TED fantástica sobre como todos nós deveríamos ser feministas, com Chimamanda Ngozi, escritora da Nigéria (legendas disponíveis em português):
"O problema com o gênero é que ele prescreve como deveríamos ser, em vez de reconhecer como somos."
"A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura."
Agora sim, vamos à parte favorita de quem quer ser trainee. ^^
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Ah! Esse tal perfeccionismo...
Durante alguns anos, a resposta preferida dos candidatos para a pergunta "quais são os seus pontos fracos?" era algo do tipo: "Sou perfeccionista, o que pode ser uma faca de dois gumes".
E aí aconteceu uma coisa engraçada. De tanto as pessoas citarem essa característica, revistas e jornais começaram a entrevistar especialistas que diziam que essa era uma saída muito "cliché", motivo pelo qual deveria ser evitada.
Eu concordo 100% que enveredar por esse caminho pode ser uma roubada, mas por razões distintas. O problema aqui não é a falta de originalidade do seu discurso, mas o fato de que o perfeccionismo é um senhor defeito, e o pior: é um atributo super difícil de ser corrigido, pois raramente o seu "dono" o enxerga como uma deficiência.
Falo isso por experiência própria, como alguém que já perdeu muitas oportunidades na vida por esse cuidado e atenção ao detalhe exagerados. Sabe qual é a maior consequência desse comportamento? O não cumprimento de prazos.
Vale até mencionar os programas em que conversei sobre isso. Primeiro, no VTcast sobre Mitos e Verdades dos Processos Seletivos, com Bruna Dias, gerente da Cia de Talentos, e, em um segundo momento, com Denise de Moura, consultora de RH, no VTcast sobre Perguntas Comuns em Entrevistas de Emprego.
Certa vez, Max Gehringer descreveu da seguinte forma as pessoas extremamente meticulosas como eu:
"Sabe quem é o perfeccionista na equipe? É aquele que, quando todo mundo está correndo contra o tempo para montar uma apresentação no PowerPoint, aponta para a tela e diz: esta margem deveria estar mais para a esquerda."
Não me entenda mal, ! Eu concordo que existe valor na busca pela excelência e em uma visão mais analítica, de cada parte do todo. No entanto, como diz a sabedoria dos quadros que decoram a sede do Facebook, feito é melhor que perfeito.
Em minha carreira, já fui capaz de realizar coisas incríveis, das quais sinto bastante orgulho. Mas é também com um quê de tristeza que reconheço que poderia ter alcançado muito mais, não fosse essa necessidade de tudo estar "perfeito" antes de qualquer lançamento.
"Se você não sente vergonha da primeira versão do seu produto, então você a lançou tarde demais."
A frase acima, de Reid Hoffman, fundador do LinkedIn, resume bem o que quero dizer. Quem olha o Vida de Trainee de hoje não faz ideia do quanto o nosso querido portal era tosco na época em que foi ao ar pela primeira vez.
E aí é que está o ponto: os meus projetos que deram certo foram aqueles que eu tive a coragem de mostrar ao mundo ainda na versão inicial, corrigindo e aperfeiçoando suas partes à medida que recebia feedbacks que me ajudavam a melhorar e me encorajavam a fazer ainda mais!
É preciso estarmos atentos ao perfeccionismo que paralisa, aquele que funciona como uma espécie de proteção para o medo de errar, o medo de críticas, o medo de não dar certo, o medo do fracasso. Não é que você tenha medo de se arriscar (imagina!), o problema é que o projeto ainda não está pronto. Ou, em uma variação: só de pensar no trabalho e no custo para conseguir com que fique "perfeito", você já se desanima e sequer começa a empreitada, quando um formato mais simples cumpriria o propósito e seria muito mais prático e barato de fazer.
Que nesta semana você consiga tirar uma velha ideia do papel.
Um grande abraço e uma semana empoderadora para você!
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Cíntia Reinaux
Fundadora
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