VTirinhas: Talvez
01.12.2012 | Cíntia Reinaux em HumorBichinhos de Jardim, por Clara Gomes
O fim de ano tem mania de chegar sem aviso e ainda por cima trazendo consigo um monte de perguntas. Entre elas, a mais devastadora:
Então é Natal, e o que você fez?
O incômodo se torna ainda maior quando percebemos que a nossa grande meta não se concretizou: os meses de dedicação e nervos à flor da pele não foram recompensados com uma aprovação em um programa de trainee.
Diante de tamanha frustração, nos vemos obrigados a refletir sobre o temido Plano B. Ao longo dos anos, notei que as alternativas costumam ser as mesmas para a maioria dos candidatos:
- Tentar novamente no ano seguinte
- Estudar para concurso público
- Fazer intercâmbio
- Começar uma pós-graduação
- Abrir o próprio negócio
- Candidatar-se a outras vagas de emprego
Não é preciso uma análise profunda para constatar que muitos jovens ainda estão um pouco perdidos quanto à carreira que pretendem seguir. Afinal, muitas das opções exigem perfis totalmente diversos entre si.
Este post não pretende solucionar o problema. Apenas tranquilizá-los diante de tantas dúvidas. É como a tirinha diz: “Talvez você tenha uma grande ideia… Talvez você copie uma grande ideia… Talvez você faça um concurso público… Ou talvez você simplesmente não faça nada”.
Não é que não seja importante definir metas e objetivos. Apenas não se pressione tanto.
Desde que eu participei de processos seletivos para trainee, vivenciei experiências que jamais poderia ter imaginado há alguns anos.
Alguns se impressionam com o meu currículo. Talvez porque eu já tenha trabalhado com RH até mesmo fora do país.
No entanto, são poucos os que valorizam a minha atuação como “professora de inglês” ou “blogueira”, áreas em que tive um destaque muito maior e grande realização profissional.
Nunca uma geração teve tanto medo de desapontar familiares, professores e amigos. Aprendemos que podemos conquistar tudo o que quisermos, mas ninguém nos ensinou a lidar com as derrotas. E nem sempre fica claro se você de fato quer algo ou se é a sociedade que espera isso de você.
Por isso, quando as festas de fim de ano trouxerem parentes inconvenientes perguntando o que você vai fazer da vida, não se desespere se a sua melhor resposta for igual a da tira: “Tô com uns projetos…”
O que realmente importa é que você continue a nadar. Porque, como já disse em outro post, a vida é para os insistentes.